domingo, 10 de julho de 2011

FECHANDO O CERCO DA QUALIDADE

O diagnóstico parasitológico é o  de primeiríssima escolha para casos suspeitos de LTA e aqui na cidade de Marabá este serviço de demanda pública é realizado na UBS Hiroshi Matsuda localizada na Folha 11 da Nova Marabá. Por vários motivos este fluxo nem sempre se completa e sempre sobra paciente aqui para nós no Laboratório de revisão, outros voltam para suas casas sem solução de seus problemas e outros migram para a rede particular. Pode ser considerado  perfeito a atenção voltada para casos de  LTA em Marabá com a ação da rede de laboratório, o médico e a Vigilância Epidemiológica Municipal. Dois casos ocorridos neste mês de junho, um incontinente ao outro chamaram a atenção do envolvimento e do fascínio que estes três agentes da rede dedicam a cada sinistro de LTA que apareça. No primeiro incidente recebemos um paciente já anciã com um laudo de LTA  de um Laboratório que desconhece as normas do MS para procedimentos destes incidentes. Com características clínicas e epidemiológicas diferenciadas e alheias a Leishmaniose nosso médico pediu que fosse refeito o exame em nossos laboratórios e o impasse iniciou com a recusa da paciente em se disponibilizar para uma nova coleta, Dra. Maurícia conseguiu no espaço de uma semana retomar as amostras(02) do Laboratório onde foi realizado o exame onde fizemos leitura das amostras e realmente se confirma a recusa de nosso médico em aceitar a lesão como  LTA (FOTOS 01 E 02),  verificamos nestas amostras os mesmos elementos velhos conhecidos nossos que são tratados numa postagem deste mesmo blog: PODE PARECER MAS  NÃO CHEGA SER.

O segundo caso também uma anciã de 74 anos de idade recém chegada a Marabá vindo de Belo Horizonte procurou a rede Laboratorial privada com o pedido de exame parasitológico para LTA. Uma lesão simples (fotos 03 e 04) diagnosticada como LTA também foi recusada pelo nosso médico que nos pediu que refizéssemos o exame e esta senhora muito docilmente permitiu que fizéssemos e não encontramos nada... nada sugestivo. Esta Senhora também  voltou a nosso médico e estão sendo medicadas para outras patogenias

Vejam a foto da circular que o LACEN-PA gerou por motivo destas ocorrências para todas as Regionais de Saúde e não deixemos de lembrar que existe uma equipe envolvida de corpo e alma para regularização e cobertura de qualidade total destes serviços em nossa circunscrição e onde estiver. Agradeço, admiro e faço figa por este serviço de vocação que vocês fazem LUÌZ e KÈRZIA, parabéns. O amigo de sempre: Godinho   

O RETORNO (A PICADA DE UM CARRAPATO)


Na minha postagem de 18 de junho de 2010 A PICADA DE UM CARRAPATO de um trabalhador de atividades primárias da zona rural, de nascimento, surdo e mudo que foi trazido por um amigo e como a parasitemia era medíocre não foi possível liberar seu resultado imediatamente como a gente sempre faz com camponeses que vêm de longe como é o seu caso então pedimos que eles voltassem à tarde para pegar o resultado. Esperei.....esperei...todos os dias que chegava no laboratório via o diagnóstico que havia deixado na mesa do Deuzimar para entregá-lo caso ele aparecesse e eu não estivesse. Achava que ele poderia ter migrado para outra região, que a lesão tivesse cicatrizado, que ele tivesse falecido, que tivesse  comprado a glucantime e etc...... Dia 01 de junho de 2011 um ano depois  nos aparece o nosso mudinho acompanhado de seu mesmo parceiro e com o mesmo ferimento já com o dobro do diâmetro de um ano atrás ( foto ). O povo sempre conta estórias e mais estórias de pagelanças  e meisinhas que curaram Leishmaniose e vejam pela foto que esta estava bem pretinha com camadas de coisas que lhe prescreviam mas ela permanecia lá. Estávamos concluindo a segunda turma da jornada de treinamentos deste ano, todos puderam ver o caso porque eu tinha terminado de referenciá-lo quando ele apareceu, ficamos alegres em revê-lo todos fotografaram a lesão ouvimos seu relatos  e liberamos o seu diagnóstico.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Nós jurávamos que seria


Seu Dorgival foi nosso paciente de LTA provindo das proximidades de um assentamento aqui vizinho de Marabá ( Assentamento 1º de março ) e graças a Deus com duas dosagens de Glucantime seu caso foi fechado como curado. O thiaguinho, seu filho apresentou algumas papulazinhas no braço que não doía, não arrebentava mas também não sarava(fotos). Seu Dorgival trouxe-nos o Thiaguinho colhemos uma pilha de amostras e nada de leishmânias e seu Dorgival volta pra casa meio encafinfado, levou o thiaguinho ao infectologista que lhe receitou algumas pomadas. Seis meses depois ( dia 01 de julho de 2011 ) me aparece seu Dogival com o Thiaguinho com o bracinho na mesma situação. Seu Dorgival jurava que era LTA e eu também o único problema era que eu não podia fechar um laudo de diagnóstico de LTA pro Thiaguinho baseado apenas naqueles macrófagos que se diferenciavam dos demais, enormes e vacuolados. Com uma obsecação sectária vindo não sei de onde realizamos meia dúzia de amostras da criança contemplando as áreas mais críticas das lesões, ficamos com o contacto telefônico de seu Dorgival e iniciamos o rastreamento das amostras campo a campo. Na quinta amostra.........como o sol rebentando a aurora nas manhãs de setembro de um país tropical.......lá estava uma magestosa, radiante e perfeitamente exuberante como eu a desejei.......eu não estava tendo delírios era ela.... eu jurava que era ...E ERA. Nesta hora sente-se arrepios, lacrimeja-se experimenta-se orgasmos trancendentes e em vivos reflexos sente-se um afago Divino e um balbuciar paterno que te arremessa ao solo da insignificância e verifica-se in loco e palpável que se realiza um ato de existência. Este foi um dos momentos que a vida me propiciou neste laboratório e tinha que postá-lo para chamar a atenção de nossos companheiros quanto ao tipo de sinistro e quanto ao zelo na definição de um diagnóstico laboratorial seguro e certeiro.

Estamos acompanhando o Thiaguinho e que Deus sempre proteja-o como o fez através de nós....